segunda-feira, 20 de abril de 2009

Correria...

pra nada!
Hoje meu filhote acordou às 6h da manhã, eu tive insônia e pesadelo. Estávamos ansiosos pela viagem.
Às 12h55 deveríamos estar levantando voo para a casa da vovó. Faz mais de um mês que Arthur fala todos os dias que quer ir para lá! Hoje é o tal dia tão esperado.
Chegamos ao meio-dia no aeroporto, tempo de sobra pro chek in, certo?
Errado! Eu esqueci de levar o documento do pequeno. Não, ele não embarca sem um documento.
Voltamos correndo pra casa pra buscar o papel, "voamos" até o aeroporto para apresentar o documento... Para nada! Apesar de estarmos antes da hora da partida do avião em frente ao guichê da Gol, o moço me avisou que o avião já estava fechado! Sabe-se lá porque fecham o avião e não podem mais abrir, mas o fato é que apesar de fazermos em 40 minutos o que geralmente levamos uma hora, não adiantou nada.
Por "cortesia" eles não me cobrarão a diferença da passagem para o próximo voo, várias horas mais tarde. Mas nada disso tira aquela decepção de não ter acontecido como foi imaginado...
Arthur ficou chorando aos berros na frente dos funcionários da cia aérea. O que eu fiz? Nada, deixei ele chorar muito. Uma senhora vendo que eu não tentava resolver o problema do meu filho, veio em seu socorro: "quer um colo, menininho?".
Se era possível, essa boa ação só nos deixou, a mim e ao pequeno, mais nervosos. Ele queria chorar, eu entendia os motivos dele!
Agora estamos aqui assistindo desenhos na tv e esperando o horário do próximo avião, que não pretendemos perder!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Mudanças

Arthur não usa mais bico.
Não precisa de fralda, não precisa que o embalem para dormir.
Não dorme mais à tarde.
Come sozinho. Usa a tesoura.
Sabe o que quer.

Cresce a olhos vistos, cheio de idéias e vontades (algumas vezes acho que tem vontades demais!).
Exige firmeza nas minhas próprias vontades.
Desafia, afronta, questiona.
Não é mais um bebê, mas quem disse que se tornaria mais fácil?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Arte de Perder - Elizabeth Bishop

A arte de perder não é nenhum mistério;tantas coisas contêm em si o acidente de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente.A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério: lugares, nomes, a escala subseqüente da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero lembrar a perda de três casas excelentes. A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império que era meu, dois rios, e mais um continente.Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
- Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério.


Li hoje esse poema e ele me tocou profundamente. Deixo aqui para quem quiser se sensibilizar também.